domingo, 1 de março de 2009


O Quartel



Capitão Reeves como era conhecido, liderava seu grupo de recrutas na rédea curta, com muito rigor.

Era muito respeitado no quartel, nunca perdera uma ação e nenhum soldado em combate.

Morava em uma pequena casa com dois quartos, sala, cozinha e banheiro atrás do próprio quartel.

Ficara viúvo cedo e seu único tesouro era a filha CRIS, de 21 anos.

CRIS estudava fora do país, estava se formando em Comércio exterior, e foi com alegria que recebeu um telefonema dela:

- Pai! Estou voltando para casa! Acabei meu curso! Estou morrendo de saudades de você!

- Filha querida, não sabe o quanto estou feliz em saber que está voltando para casa. Queria recebê-la em uma casa melhor, aqui no quartel não é um lugar adequado para uma moça. (disse isso, pois como pai protetor, morria de ciúmes dela).

- Não se preocupe pai, ficarei um tempo somente, recebi uma proposta de emprego ai mesmo, se der certo eu alugo um apartamento, também não quero quebrar a rotina do senhor.

- Tudo bem, meu amor, vou esperar ansiosamente sua chegada. Beijo querida. Te amo filha!

- Também te amo pai, até breve.

Reeves desligou o telefone com lágrimas nos olhos, fazia anos que não via a filha, na verdade desde os 15 anos , quando decidiu manda-la estudar no exterior, queria que a filha estudasse em ótimos colégios e tivesse uma ótima formação profissional.

Recebia cartas e fotos, mas não era a mesma coisa, queria poder abraçar sua “garotinha”.

Dias depois Reeves comandava o alongamento da tropa, quando alguém o chama, não reconheceu a voz, quando se virou, ficou calado, com a voz embargada.

Era CRIS que chegara de surpresa e já corria para um longo e apertado abraço.

Naquele momento Reeves esqueceu da sua tropa, e só o que importava era aquele tão esperado abraço.

A tropa inteira ficou observando, não sabiam que Reeves um capitão casca grossa podia se emocionar tanto. Lógico que observaram CRIS, afinal sua beleza chamavam a atenção de qualquer um.

Reeves deixou o comando da tropa a outro e foi acomodar CRIS em casa, cruzaram o quartel todo, até atrás dele, onde separado por uma grade de arames grossos ficava a pequena casa onde ele morava desde que ficara sozinho.

A poucos metros dali, separados pela grade, havia o alojamento do quartel.

Reeves levou as malas de CRIS no quarto que ficava ao lado do seu;

- Desculpe querida, não me avisou então está um tanto desarrumado.

- Não se preocupe pai, eu dou um jeito nele.

- Só sinto dizer que aqui acordamos com os galos, uma sirene toca ás 6 da manhã, tenho certeza que vai despertar junto. (riu, pois sabia que CRIS desde pequena odiava acordar cedo).

- Ah pai, é só por alguns dias, depois vou para um apartamento.

- Tudo bem, mas fique a vontade, descanse preciso voltar ao trabalho, e sabe que prefiro você em um apartamento, longe desses marmanjos todos. Não me agrada nada que fique exposta a olhares maliciosos desses meus recrutas.

- É pai, não mudou nadinha nesses anos todos, já sou bem grandinha e sei me cuidar, não sou mais a garotinha de 14 anos.

- Para mim você sempre será minha garotinha, não importa se está com 21 anos. Vou continuar zelando por você. Sabe que morro de ciúmes.

- Sei pai, mas um dia sua garotinha vai arrumar um namorado e vai querer se casar e ter sua família, e com um pai ciumento como o senhor vai espantar qualquer um que queira chegar mais perto. (disse rindo).

- Vou mesmo, não vou querer qualquer marmanjo colocando as mãos em você. (sorriu, beijou a testa de CRIS e saiu).

CRIS foi arrumar suas coisas, tomar um bom banho e descansar, a viagem tinha sido cansativa, queria ficar bem antes de sair à procura de um apartamento e ir à empresa que recebera a proposta de emprego.

Acordou perto da hora do almoço, sentiu um cheiro gostoso de comida caseira.

Levantou e se deparou com o pai ao fogão.

- Olha eu dando trabalho para o senhor. Eu devia fazer isso, já vive com o horário apertado por conta do quartel.

- Trabalho algum, e outra deve estar com saudade da comida daqui, aposto que lá fora só comia besteiras.

- Tem toda razão...

Almoçaram, realmente a comida estava muito boa.

O pai de CRIS voltou ao trabalho e ela tratou de arrumar a cozinha.

Assistiu TV, leu um livro durante a tarde e no final dela deixou o jantar arrumado.

Dormiu cedo, o pai voltou já era um tanto tarde.

Foi ao quarto dela, e a cobriu como sempre fazia quando era pequena, beijou seu rosto e saiu.

Sentou no sofá e pegou um porta retratos da cômoda. Olhou com saudade a foto de CRIS ainda criança, lágrimas desciam, ela tinha razão, já era moça, uma hora teria que tomar seu caminho e formar sua família. Não queria que fosse tão cedo.

Manhã seguinte uma forte sirene toca.

CRIS levanta no susto, de camisola acima do joelho sai na porta, com cara de sono e cabelo em desalinho, bem no momento que a tropa toda passava a poucos metros de distância dali, lógico desviando a atenção dos rapazes.

Não sabia onde colocava a cara, pior, com isso com certeza ia render um baita sermão do pai.

No meio daquela tropa um rapaz a olhou diferente, viu de relance, mas não deu muita importância.

Entrou em casa e foi dormir mais um pouco, acordou tempo depois.

Na hora do almoço não deu outra, seu pai chegou com a cara fechada, sabia que vinha chumbo grosso pela frente. Baixou a cabeça:

- O que foi aquilo hoje cedo? Será que pode me explicar?

- É... Me desculpe pai, acordei no susto, nem vi como estava quando sai na porta.

- Como não viu como estava? Sair sem roupa? Filha aqui não é um lugar qualquer, é um quartel, só há homens. Como acha que me senti vendo um bando deles babando pela minha filha?

- Pai, não exagera! Já me desculpei. Não vai acontecer de novo, prometo!

Capitão Reeves embora muito rigoroso não conseguia ficar bravo por muito tempo com a filha.

- Tudo bem, dessa vez passa, na próxima te boto de castigo.

- Pai, já disse não sou mais criança, só me falta me dar palmadas.

- Bem que merecia mesmo. Disse isso com cara de bravo e foi se aproximando de CRIS.

- Pai, nem pense nisso.

Mas em vez de palmadas ele fez foi muitas cócegas, fazendo CRIS por pouco tempo lembrar dos tempos de criança.

Enquanto isso no alojamento do quartel o comentário geral dos recrutas era CRIS.

No meio deles havia um novato, acabara de chegar poucos dias antes e se viu muito interessado no assunto. Seu nome era OLIVER:

- Quem é a moça de hoje cedo? (indagou)

- É a filha do capitão, estudava fora do país e voltou depois de anos, é o que dizem.

- E como se chama? (perguntou interessado)

- Ah, aquele monumento se chama CRIS. (gritou um lá do fundo do alojamento)

- E será que tem namorado?

- Putz cara, sei lá heim, bonita como é acho que sim. (disse um)

- Eu acho que não, voltou agora, não deve ter trazido um mala de namorado. (gargalhou outro).

- Mas espera ai OLIVER, você não está querendo dá uns pega nela não, está?

- Não, pegar não, ela tem carinha de moça direita, namorar quem sabe!

- Você é novo por aqui e está meio desinformado! Está é louco de chegar perto da filha do capitão.

- Porque diz isso? (perguntou curioso)

- Ai gente o colega aqui desconhece o capitão. Cara não queira ver o homem bravo. Se nos exercícios do quartel o homem já arranca o nosso couro, imagina você chegando perto da filha dele.

- Não vejo qual o problema! Se tiver oportunidade vou conversar com ela sim.

- Xiiii, depois não diga que não avisamos. Não reclama a hora que tomar umas duras do capitão.

Depois disso todos os recrutas foram dormir, menos OLIVER, que ficou acordado mais algum tempo, pensando em CRIS, ela realmente havia despertado um interesse a mais nele.

Era final de semana, sábado. O quartel acordava mais tarde durante o final de semana. Os recrutas tinham folga.

CRIS acordou cedo tinha que ir á empresa acertar sua contratação e ver se já ia vendo algum apartamento. Arrumou-se e deixou um bilhete avisando ao pai aonde ia.

Saiu. Para sair do quartel tinha que atravessa-lo todo, inclusive passando em frente ao alojamento.

Morrendo de vergonha foi passando.

Havia alguns recrutas que estavam de pé, CRIS passou de cabeça baixa, não queria encará-los devido o dia anterior.

Ficou mais envergonhada quando assoviaram para ela.

Logo alcançou a saída e pegou um táxi.

Na empresa correu tudo bem, começaria em um mês depois que tivesse tudo certo com seus documentos e sua sala estivesse no jeito. Ligariam avisando.

Procurou um apartamento na corretora e ficaram de ligar quando tivessem um com as descrições que queria.

Pegou o táxi de volta para casa.

Fez o mesmo trajeto de volta, passando em frente ao alojamento, só que seu pai estava na frente conversando com alguns recrutas.

Teve que parar para conversar com ele:

- Oi pai! Acertei tudo por lá começo em um mês. (disse sorrindo)

- Que ótimo filha, fico muito feliz por você. E o apartamento?

- Fui à corretora, vão me ligar assim que tiverem um do meu gosto.

- Isso é ótimo, quanto mais rápido ir para um melhor, isso aqui não é lugar para uma moça como você. (disse para alfinetar os recrutas que estavam perto).

- Vou para casa, vai ficar?

- Vou meu amor, vou conversar mais um pouco com eles. (disse dando um beijo em CRIS).

Naquela pequena parada para conversa, nenhum dos recrutas ousou olhar para CRIS. OLIVER estava mais ao fundo, mas nem por isso deixou de notar o belo sorriso dela. Foi o único que olhou para ela sem o Capitão perceber.

Chegou em casa e foi descansar.

Pouco tempo depois seu pai chega e bate na porta:

- Filha, posso entrar?

- Pode sim pai, está aberta.

Entrou e sentou-se na beirada da cama.

- O que foi pai? Parece preocupado.

- É que amanhã queria ir passear com você, passa o dia todo, afinal é o primeiro final de semana desde que voltou. Mas recebi ordens para ficar de plantão em outra base.

- Ah pai, também queria passar o dia todo com você, mas seu trabalho lhe chama. Não vou me chatear por isso, conheço a rotina que tem.

- Não vai ficar chateada?

- Não, temos ainda muito tempo para fazermos isso. (sorriu)

- Amanhã quando acordar provavelmente já não vou estar aqui, saio bem cedo. Outra coisa, não quero que fique andando por ai sozinha. Se precisar de alguma coisa peça ao meu substituto, já este avisado disso, se quiser sair ele vai levá-la. E tem mais nem pense em ficar perto dos recrutas, não confio neles.

- Ta bom pai! (abraçou com carinho).

Ás vezes achava que o pai exagerava, mas no fundo ele estava com a razão pela super-proteção.

Na manhã seguinte como o pai havia dito, quando acordou já não o encontrou.

O dia estava lindo, vestiu-se, não ia ficar o dia todo dentro de casa, saiu para andar pelo quartel.

Andava distraída, tanto que não viu o buraco no chão.

Não deu outra pisou nele e levou um baita tombo torcendo o pé.

Não conseguia se levantar, e pensou e agora, o que fazer?

Quando eis que surge um dos recrutas de seu pai:

- Precisa de ajuda? (diz com voz forte)

CRIS olha para cima e vê aquele espetáculo de homem, parecia um deus grego.

- Acho que torci o pé, não consigo levantar e dói muito.

- Vou te levar na enfermaria.

Sem muita cerimônia foi pegando CRIS no colo.

- Desculpe-me, mas é o único jeito de te levar até lá.

CRIS enrubesceu ainda mais quando seus olhos se cruzaram com os lindos olhos dele.

OLIVER levou CRIS para a enfermaria, onde foi examinada, o pé estava inchado, mas nada de mais grave, nada que repouso e anti-inflamatórios não resolvesse.

Enquanto era atendida CRIS e OLIVER engataram uma conversa:

- Obrigada pela ajuda. Prazer CRIS.

- Por nada! O prazer é todo meu. Me chamo OLIVER.

- Faz tempo que é recruta do meu pai?

- Não, acabei de entrar, tem apenas alguns dias somente.

- E está gostando daqui?

- Sim.

- Que ótimo.

Foram interrompidos pelo enfermeiro, que liberou CRIS para ir para casa. Já ia descendo da maca quando OLIVER interrompe:

- Espera, eu te levo.

- Imagina, já posso apoiar o pé no chão, vou devagar.

- Eu insisto.

- É longe vai se cansar.

- Não tem problema. Se me cansar paramos na metade do caminho combinado?

CRIS ficou sem jeito, mas aceitou.

Durante o trajeto não falaram nada. CRIS apenas olhava para ele. Era um rapaz muito interessante.

A imagem do pai lhe veio á cabeça. Aff mais um sermão pelo pé torcido, pior outro sermão maior quando ele souber que “esteve nos braços” de um recruta. Começou a rir deixando OLIVER curioso.

- Será que pode me dizer por que está rindo?

-Me desculpa, mas não sei se sabe, mas meu pai é muito ciumento, principalmente quando se trata de mim. Imaginei a cara que vai fazer quando lhe contar que me carregou no colo.

- Ouvi dizer mesmo que seu pai é muito ciumento, é assim com seu namorado também? (fez a pergunta, dando uma de perdido e com segundas intenções).

- Pois é não sei ainda como ele reagiria, no momento estou solteira, morei fora muito tempo, tive alguns namorados por lá, mas nunca apresentei nenhum para ele, recebia sermão via telefone, mas só. Nem sei como seria, mas acho que com tanto ciúme ninguém ia querer namorar a filha de um Capitão casca grossa como meu pai.

- Não tenha tanta certeza disso, é uma moça muito bonita, pretendentes não vão faltar.

- Obrigada.

Quando perceberam já estavam na porta de casa.

OLIVER deixou CRIS no chão por alguns instantes enquanto abria a porta.

Pegou novamente no colo e levou ao quarto, deixando-a sobre a cama.

Ficaram olhando um para o outro.

O silêncio foi quebrado pelo pai de CRIS entrando na casa:

- Filha voltei mais cedo, não me senti bem, um aperto no coração, resolvi voltar.

Parou na porta do quarto quando viu OLIVER perto de CRIS, fechou a cara:

- O que está acontecendo aqui. O que está fazendo no quarto de minha filha?

- Pai, sofri um pequeno acidente e OLIVER me ajudou a chegar em casa. (CRIS adiantou a explicação).

- Como assim acidente? (disse preocupado)

- Cai em um buraco e torci o pé, OLIVER me levou na enfermaria e me trouxe para casa.

Meio desconfiado o pai de CRIS agradeceu:

- Bom obrigado pela ajuda rapaz, mas agora pode deixar que cuido dela.

OLIVER estava mudo até aquele momento, só pronunciou um por nada e saiu.

No quarto de CRIS seu pai estava ao seu lado na cama:

- Agora me conte com todos os detalhes o que aconteceu mocinha.

- Bom, fui dar uma volta pelo quartel, não ia ficar o dia todo sozinha aqui dentro de casa. Não vi um buraco no chão e acabei enfiando o pé dentro dele e o torcendo. OLIVER estava passando e me levou a enfermaria, fui medicada e ele me trouxe para casa. (CRIS omitiu a parte de OLIVER ter pegado ela no colo, sabia que seu pai não ia gostar).

- Hum, mas e como ele te trouxe para casa? (Reeves sabia quando alguém escondia algo).

- O senhor não vai gostar nadinha de saber como. (disse CRIS sem graça)

- Não vou? Mas vá contando! (intimou)

- Ele me carregou no colo.

Reeves ficou vermelho de ciúmes, como assim sua “garotinha” sendo carregada por um desconhecido? Tentou contemporizar:

- Não te faltou com respeito?

-Não pai pelo contrário, foi muito educado.

-Menos mal, depois vou falar com ele, agradecer melhor, agora descanse.

CRIS por causa dos remédios dormiu.

Enquanto isso no alojamento. Todos zoavam OLIVER:

- Cara, você é sortudo, carregou ela no colo.

- Imagina só teve a sorte de sentir o corpo dela, de ficar perto.

- É ela é linda, tem um sorriso lindo, uma voz perfeita. (OLIVER lembrando a cena)

- Cara, ela pode ser tudo isso, mas tem um grande defeito. É filha do capitão, você ta ferrado se continuar a cortejar a moça.

- Não estou nem aí, só sei que não vou desistir dela, agora que fiz o primeiro contato, o pai não pode impedir ela de namorar.

- Corajoso cara, vai ter que enfrentar chumbo grosso.

- Enfrento, se ela corresponder vou ficar com ela, nem que tenha que seqüestra-la. (disse rindo).

Todos começaram a rir, OLIVER realmente estava caidinho por CRIS.

Param quando Capitão Reeves entra no alojamento com cara de poucos amigos e intima:

- OLIVER precisamos conversar, pode vir á minha sala por alguns minutos?

- Sim senhor!

Saíram os dois e logo depois um sonoro burburinho se formou no alojamento, com certeza OLIVER ia escutar um monte do capitão.

Na sala do Capitão:

- Sente-se OLIVER. (disse apontando a cadeira em sua frente).

- Obrigado.

- Bom minha filha me contou toda a historia, queria agradecer a ajuda que deu a ela.

- Fiz minha obrigação senhor.

- Gosto de ser direto, fico muito agradecido mesmo, mas não me agradou em nada tê-la pego no colo. Um desconhecido chegar perto da minha “garotinha”, nem pensar. É minha única filha, portanto sou extremamente zeloso com ela.

- Desculpe Senhor, mas não faltei com respeito, não ia passar dos limites.

- Bom isso me agrada em saber. Mas espero que fique somente nisso. Já tive sua idade meu rapaz e sei que minha filha é muito bonita, só digo para não querer chegar perto dela novamente.

- Sim senhor, como quiser.

- Agora pode ir.

OLIVER se levantou, mas não voltou ao alojamento, resolveu dar uma volta. Capitão Reeves foi bem direto dizendo para não chegar perto de CRIS, mas ele gostava de contrariar, não desistiria de conhecê-la melhor. Era decidido e daria um jeito de ficar a sós com ela novamente.

Voltou no alojamento e foi bombardeado de perguntas, ao qual ficou calado gerando protestos dos colegas.

Reeves chegou em casa e encontrou a filha acordada.

- Está melhor minha filha?

- Sim pai já parou de doer, já estou novinha em folha. (sorriu)

- Que ótimo, pois como hoje vim embora mais cedo, amanhã vou ter que refazer meu plantão.

- Tudo bem pai, já estou melhor.

- Então nem preciso dizer que não quero que fique andando por ai.

- Eu sei pai, não vou sair prometo.

- Assim fico mais sossegado.

O restante do dia correu normalmente, CRIS leu um livro e foi dormir cedo.

Manhã seguinte acordou com a sirene do quartel, mas não se levantou.

Acordou somente mais tarde e da porta ficou observando a tropa fazer os exercícios, a imagem de OLIVER não saia dos seus pensamentos. Estaria gostando dele? Tinha que admitir que era muito bonito. Mas será que seu pai iria permitir que se envolvesse com ele? Com certeza não.

Passou o dia todo estafada, num tédio, não teve vontade de sair e nem de fazer nada.

A noite caiu, tomou um banho e ficou na porta olhando o céu estrelado, a lua cheia, a brisa fresca.

Quando escuta um barulho, sai para fora:

- Quem está ai? (disse meio com medo).

Ninguém respondeu.

Foi ate a grade de arame qualquer coisa atravessaria e sairia correndo em direção ao alojamento.

Quando sente um leve toque no seu ombro, ia gritar, quando ouviu:

- CRIS, sou eu OLIVER.

Ela se virou, OLIVER estava parado bem na sua frente olhando fixamente.

- Vim ver como estava.

- Estou bem, não dói mais, estou nova em folha.

- Sabe não parei de pensar em você o dia todo. (OLIVER foi chegando cada vez mais perto).

CRIS foi se afastando ate sentir as grades de arame nas costas.

OLIVER cada vez mais perto, olhos fixos no dela, seu corpo encostando-se a ela, sua mão passando na sua nuca e descendo pelas costas na altura da cintura, a puxando para si, respiração se acelerando, lábios se encontrando em um beijo caloroso, ardente.

Não parou por ai seus beijos continuaram intensamente ao qual CRIS correspondia, estava nas nuvens, suas mãos percorriam os ombros largos dele, suas costas.

Estavam em total sincronia.

Quando serenaram.

- CRIS! Acha que estou indo rápido demais?

CRIS sorriu:

- Não, só fiquei surpresa.

- Então posso ter alguma pontinha de esperança de ficarmos juntos?

- Claro, mas sabe que vai ser praticamente uma batalha, meu pai vai ser osso duro.

- É porque não me conhece.

CRIS sorriu.

- Mas por enquanto vai ser segredo certo? (perguntou OLIVER). Você vai ver que eu vou convencer seu pai que sou uma ótima pessoa.

- Eu sei disso, não vamos contar ainda. Olha ele já deve estar para chegar melhor você ir.

- Tudo bem, dou um jeito de te ver.

Dizendo isso OLIVER puxa CRIS novamente para si e a beija com paixão.

Despediu-se deixando CRIS com um grande sorriso no rosto.

CRIS foi se deitar, dormiu logo.

Seu pai chegou logo a seguir, o percebeu abrindo a porta e seu beijo no rosto.

Sentiu-se mal em ter que omitir do pai que estava se apaixonando por um de seus recrutas, mas ao mesmo tempo sabia que se contasse, poderia prejudicar OLIVER.

Acordou tarde no outro dia. Tomou um banho. Se vestiu e saiu .

Estava radiando felicidade, tanto que encontrou com o pai no meio do caminho e lhe deu um forte abraço:

- Nossa filha está tão feliz hoje, aconteceu alguma coisa?

- Não, só acordei feliz...

- Que ótimo. Mas não fique andando por ai, eu já lhe falei. Agora vou em uma reunião muito importante, não sei que horas volto, vai ficar bem?

- Vou sim, não se preocupe, sei me cuidar.

Reeves saiu de carro com outros oficiais.

CRIS voltava para casa, até que sente mãos fortes a puxando para um canto discreto do lado do alojamento. Era OLIVER.

- Você é doido, já pensou se alguém vê, pior meu pai vê.

- Eu vi a hora que ele saiu, não agüentei te ver passando, estava com saudades, disse que daria um jeito de nos ver de novo, sempre cumpro o que prometo.

Trocaram alguns beijos, estavam sendo imprudentes, se fossem pegos ia dar uma baita confusão. Prometeram um ao outro serem mais discretos.

Seu pai chegou ao cair da noite e a chamou para uma conversa:

- Filha, precisamos conversar.

- Fale pai, parece preocupado.

- Sabe da reunião que fui hoje. Então eles querem que durante o dia fique aqui e durante a noite vá dar algumas palestras para um grupo de novos recrutas em outra base.

- E qual o problema nisso?

- Filha, não quero que fique sozinha durante a noite. Preciso saber se já viu seu apartamento na cidade.

- Ainda não me ligaram, talvez na semana que vem, pois um ia ficar vago.

- Essa semana já vou ter que te deixar sozinha, então quero que prometa, que quando anoitecer não vai sair de casa.

- Tudo bem pai, não vou sair prometo.

- Espero que entenda, que não quero que nada de mal te aconteça.

- Eu sei disso pai, mas já disse que sei me cuidar.

- Espero que sim.

CRIS foi dormir desapontada, sabia que não estava dizendo a verdade para seu pai, bem ou mal, aquele curso seria perfeito, poderia se encontrar com OLIVER sem problema algum. Não dormiu quase nada.

No dia seguinte CRIS não saiu de casa, ficou o dia todo amuada.

Nem viu seu pai o dia todo também, com certeza estava ocupado com os preparativos da palestra, ordens para sua tropa.

Ao entardecer nota um pequeno bilhete por debaixo da porta.

“Me encontre no hangar de aviões dentro de uma hora, precisamos conversar. Te amo. OLI.”

Aquele recente relacionamento já estava ficando arriscado, estavam dando sorte ao azar, mas resolveu ir, senão poderia ser pior, ou seja, OLIVER vir até sua casa.

Mas antes ligou para a sede e perguntou pelo pai e foi informada que já havia saído.

Saiu de casa já no escuro, caminhou pela sombra tomando cuidado olhando se ninguém a via.

Chegou ao hangar, abriu a porta bem devagar e entrou, estava escuro, apenas a luz da lua entrava pelas janelas iluminando um pouco o lugar, andou mais para o fundo, parecia que OLIVER ainda não havia chegado quando sente o forte abraço dele.

- E então o que queria falar? (pergunta curiosa)

- Nada não. (diz dando risada)

- Como assim nada?

- Na verdade queria lhe ver e achei que aqui fosse mais tranqüilo e ninguém vai nos ver. (com o olhar cheio de segundas intenções).

- Não acha que está querendo ir rápido demais não? (pergunta CRIS)

- Não! Cada dia que passa sinto que a amo mais e mais. (pegando CRIS pela cintura e a deitando sobre uma poltrona de um avião que estava desmontada num canto do hangar.)

- Também estou te amando muito e nunca estive tão feliz.

- Então quero que seja minha esta noite. (tirando a camisa e fazendo CRIS ver seu físico perfeito).

- Sou toda sua. (diz CRIS, afinal quem poderia resistir tamanha tentação).

Tiveram sua primeira noite de amor.

CRIS teve que voltar para casa antes do pai chegar, mas depois daquela noite tinha certeza que havia encontrado o amor da sua vida.

Continuaram a se encontrar o restante da semana, enquanto o pai de CRIS estava ausente com as palestras.

Nas três semanas seguintes CRIS quase não viu OLIVER, seu pai ficou direto em casa. Só o via de longe junto com a tropa.

Certo dia saiu para ver como andava sua situação na empresa, ficaram de ligar, mas nada, resolveu ir até lá, tinha que ver o apartamento também aproveitaria a ida.

Foi com tristeza que foi informada que haviam voltado atrás, não iriam mais contrata-la, deram uma desculpa que não foi convincente. Ficou nervosa que passou muito mal tendo que ser levada no hospital, fez alguns exames de sangue e ficou esperando o resultado, não ia ser nada, era apenas nervoso.

A médica que a atendeu, fez algumas perguntas que CRIS não entendeu, no final entregou os resultados.

CRIS tremia lendo o resultado, estava grávida. E agora o que faria? Seu emprego dado errado, namorando escondido. Imagina o que o pai iria dizer quando descobrisse isso tudo. Voltou para casa aos prantos. Tentou se acalmar, seu pai não deveria a ver assim.

Entrando no quartel se deparou com seu pai que percebeu que alguma coisa tinha dado errado, não pode disfarçar, começou a chorar.

Seu pai a abraçou forte e a levou para casa.

OLIVER olhava de longe e ficou com o coração apertado em não poder chegar perto dela, naquelas semanas separados estava sentindo muito sua falta. Queria saber o motivo por ela estar chorando.

Reeves sentou no sofá e fez CRIS se sentar no colo dele, como fazia quando criança:

- E então o que fez minha garotinha chorar?

- Meu emprego não vai mais se confirmar, fui lá na empresa e disseram que voltaram atrás, não deram uma desculpa convincente.

- Ah minha filha acontece, sei que deve estar decepcionada, mas vai conseguir um outro. Erga a cabeça e bola pra frente.

No fundo CRIS não estava sentida por isso, ia atrás de outro com certeza, o que lhe preocupava era como contar sua gravidez.

Seu pai querendo levantar a auto estima da filha, a levou no colo para o quarto, tratando como uma criança.

CRIS esboçou leve sorriso, lembrou-se do dia que conheceu OLIVER.

Dormiu o resto do dia, só acordando á noite com o pai chamando para o jantar, não quis nada, apenas tomou um banho e voltou a deitar, antes disso seu pai disse que no dia seguinte ia voltar somente tarde da noite tinha chamado para mais um plantão.

Acordou com os primeiros raios de sol da manhã.

Não sentia fome alguma, teria que pensar como contar ao pai que estava grávida, teria que contar a OLIVER também.

Passou o dia todo enfornada em casa.

OLIVER descobriu que Capitão Reeves havia ido ao plantão e resolveu ir a procura de CRIS.

Bateu á porta e ela veio atender:

O vendo, CRIS o abraçou apertado e não conteve o choro.

- Meu amor, porque está chorando?

-Vamos ao meu quarto preciso contar uma coisa importante.

Sentaram-se na cama:

- E então o que faz você chorar?

- Não vou mais trabalhar, o emprego não deu certo. (tentou tomar coragem para contar o restante).

- Por isso, amor, fica triste não, vai arrumar outro.

- Mas não era só isso, tem mais uma coisa. (disse entregando o papel do exame).

OLIVER pegou e leu, seus olhos marejaram, CRIS estava grávida. Ele seria pai.

Ficou feliz:

- Eu sei que isso deve te deixar cheia de medo, afinal seu pai não vai gostar nada, mas não vou te deixar sozinha, vou estar sempre do seu lado, vou te proteger, vou cuidar de você e do nosso filho.

CRIS sorriu, OLIVER realmente era o homem perfeito, não fugiu da sua responsabilidade, só restava agora contar ao pai.

OLIVER a beijou, a saudade era imensa, ter ela entre os seus braços, afagar seus cabelos, sentir o seu beijo, sentir seu corpo.

Lá fora a chuva caia. CRIS e OLIVER matavam as saudades, acabaram dormindo juntos.

Capitão Reeves chega em casa um pouco mais cedo, estava preocupado com CRIS, deixou suas coisas e foi ver como estava.

Leva um choque quando a encontra nos braços de OLIVER.

Seu rosto queimava de raiva, de ciúme em ver sua filha nos braços de um homem:

- Que pouca vergonha é essa aqui! (disse colérico).

CRIS e OLIVER se levantam assustados.

- Pai, eu posso explicar...

- Acho que isso não tem explicação, primeiro se vistam depois conversamos, espero na sala.

CRIS e OLIVER se vestiram e foram para sala.

- Muito bem comecem estou escutando. (disse Reeves)

- Pai eu ia contar, eu e OLIVER nos amamos. Queremos ficar juntos.

- Capitão, eu amo sua filha. Quero namorar com ela.

- Me desculpe pai, não devia ter escondido isso do senhor.

- Terminaram agora sou eu quem falo e vocês escutam. Primeiro OLIVER, você parece que não me escutou quando conversamos, não quero saber de um dos meus recrutas pondo as mãos em cima da minha filha. Não vou aceitar vocês namorando. Segundo filha estou totalmente decepcionado com você, vai voltar ao exterior fazer mais um curso. (disse enérgico).

- Pai, não vou a lugar algum, não sou criança, não entendeu ainda! Quero fazer o que quero, quero ser feliz, quero namorar, quero trabalhar. Não me pode tratar como se não soubesse me cuidar. Não pode me ter sob suas asas o resto da vida. Quero ter uma família aliás, vou ter uma família queria o senhor queira ou não pois estou grávida. disparou de uma vez.).

- Grávida! (Reeves ficou mais irado do que já estava partindo para cima de OLIVER)

CRIS então entra na frente dele.

- Desculpa pai, mas não vai bater no pai do meu filho.

- CRIS saia da minha frente, esse abusado vai ter o que merece.

- Não saio, se quiser vai ter que me bater primeiro.

Reeves estava tão alterado, tão fora de si que lasca um tapa em CRIS.

Sem pensar duas vezes CRIS sai correndo no meio da chuva, atravessar o quartel todo, pensamentos todos se misturando, o amor por OLIVER, o ciúme do pai, o emprego dando errado, a gravidez...

Chega na saída e vai atravessando a rua sem olhar.

Uma freada, um baque se ouve, CRIS está no chão desmaiada.

Havia sido atropelada.

OLIVER teve tempo de ver toda a cena, havia saído atrás dela logo em seguida, mas não o tempo suficiente para evitar a tragédia.

Em casa Reeves estava mais calmo e via o tamanho da burrada que tinha feito, nunca tinha levantado a mão para a filha e hoje havia batido nela. Saiu para ir atrás dela quando se depara com a cena dela caia no asfalto, OLIVER do lado pedindo ajuda e a ambulância chegando.

Desesperou-se.

Correu até lá. Olhou a filha na maca, inconsciente, um grande aperto no coração, sentiu remorso, sensação de impotência, não queria mal algum a ela.

OLIVER e Reeves foram na ambulância para o hospital.

Chegando lá começa uma longa espera sem fim.

CRIS foi para a sala de cirurgia.

Horas depois a medica aparece e OLIVER e Reeves ficam ansiosos esperando notícias:

- Vou ser direta, que tenho para dizer não é nada bom. Infelizmente ela perdeu o bebê e está com uma hemorragia que estamos tentando controlar, mas está difícil.

- Mas então ela corre algum risco?

- Infelizmente sim, se não fizermos uma transfusão urgente.

- Então façam, o que estão esperando. (Reeves nervoso)

- Aí que está o problema, sua filha tem um tipo raro de sangue e infelizmente não o temos no banco, estamos tentando entrar em contato com outros hospitais, mas ainda não temos resposta.

- Qual é o tipo? (pergunta OLIVER)

- Tipo O negativo. (diz a médica)

- É o mesmo tipo que o meu. (responde OLIVER com esperança).

- Mas isso é um milagre, vou mandar preparar a sala para você ir fazer a doação.

- OLIVER salve minha filha, por favor, vou ser grato o resto da vida. (suplica Reeves).

- Já devia saber que não deixaria CRIS morrer, não precisa pedir, faço de coração, pois amo sinceramente sua filha. (dizendo isso OLIVER foi para a sala fazer a doação).

Reeves se sentiu envergonhado, sua super-proteção de pai havia levado aquela situação. Pode notar que OLIVER estava sendo sincero. Não custava nada dar um voto de confiança. Tentaria ser menos ciumento e mais compreensivo.

A transfusão foi um sucesso e CRIS estava fora de perigo, ficaria algumas horas ainda na UTI, depois passaria para o CTI e provavelmente no outro dia já poderia ir para o quarto.

Embora a noticia fosse ótima nem OLIVER e nem Reeves deixaram o hospital, queriam esperar CRIS ir ao quarto para ver como estava.

CRIS foi para o quarto logo pela manhã.

Alguns minutos depois OLIVER e Reeves foram autorizados a entrar.

Reeves estava com receio de chegar perto da filha depois de tudo.

OLIVER foi para perto de CRIS, pegou em sua mão fazendo-a abrir os olhos:

- E então como está? Nunca mais me dê um susto desses heim! Não suportaria te perder. (disse em tom serio que depois se tornou um lindo sorriso). Não vai ser livrar de mim tão fácil, agora você tem meu sangue correndo pelo seu corpo.

CRIS esboçou leve sorriso, no fundo estava com um vazio enorme, perdera seu bebê. Era uma dor imensa.

- Sei que está muito triste por ter perdido nosso filho, mas vou estar do seu lado viu, e vamos ter vários mais para frente. (disse beijando o rosto de CRIS). Mas vou deixar você um pouquinho com seu pai, vão querer conversar.

OLIVER saiu do quarto para deixar Reeves mais a vontade.

Ele se aproximou com os olhos marejados, não sabia como começar a falar, o que dizer, tomou coragem e disse:

- Perdão minha filha, por tudo, por seu pai ser assim, por te amar demais e sem medida, por ser tão ciumento, por não te entender... Por causa disso quase te perdi, minha única filha, meu único tesouro, minha razão de viver.

- Ah pai, não tem o que perdoar, eu amo o senhor acima de tudo, e entendo todo esse amor, toda essa super proteção...

Não havia mais o que dizer, lágrimas corriam pela face de ambos como rios que corre em direção ao mar, lavando todas as mágoas e desavenças, e deixando a esperança de novos dias, de uma nova vida para os dois dali para frente.

Em uma semana CRIS já tinha condições de ter alta e se recuperar em casa.

Durante aquela semana. Reeves não tinha falado com OLIVER.

OLIVER não sabia como ficaria sua situação com CRIS diante do silencio de Reeves.

No quartel todos já estavam sabendo do acontecido e os colegas de OLIVER achavam que ele seria dispensado.

No dia da alta de CRIS, OLIVER fez questão de ir com Reeves busca-la.

CRIS estava bem melhor, apesar da aparência cansada e pálida, mas sua recuperação estava indo muito bem.

Na volta para casa seu pai ia dirigindo e OLIVER estava ao seu lado a envolvendo em um forte abraço.

Chegando ao quartel OLIVER repete a cena do seu primeiro encontro com CRIS, a carregando no colo do carro para a casa.

Já no quarto, a deixam descansar.

Nisso Reeves chama OLIVER para uma conversa.

- Bom OLIVER acho que temos que ter uma conversa, desde o dia do hospital que venho pensando em algumas coisas. Acho que lhe devo desculpas por aquele dia lamentável, e tenho que agradecer por ter salvado a vida da minha filha.

- Já disse que não precisa agradecer, fiz o que tinha que fazer, por amor a CRIS.

- Agora sei o quanto a ama e quero saber o que pensa em fazer a respeito com o que sente por ela.

- Bom se o senhor permitir, namorar, e me casar com ela. (disse OLIVER convicto)

- Fico feliz que pense em se casar com ela, o dia que eu vier a lhe faltar tenho certeza que vai cuidar bem dela, vai proteger e a fazer feliz.

O pai de CRIS estava mudado, suas atitudes estavam diferentes.

- Bom então quero lhe dar uma coisa. (disse estendendo uma pequena caixa para OLIVER).

OLIVER abriu eram duas alianças.

- São a minha aliança e a da mãe de CRIS, estava guardando para o dia em que ela encontrasse a pessoa certa e se casasse. Tenho certeza que ela encontrou. São suas agora.

Reeves puxou OLIVER para um abraço apertado, estava tudo em paz entre os dois.

Os dias foram passando, tudo seguindo sua rotina como sempre. CRIS estava bem já andava e se alimentava melhor.

OLIVER certa noite foi até lá lhe fazer companhia, o pai dela havia saído para o plantão.

- CRIS vamos lá fora um pouquinho. A noite está linda, estrelado, lua cheia no céu.

- Tudo bem.

Saíram e foram se sentar em um banquinho debaixo de uma árvore.

OLIVER pegou na mão de CRIS e a olhou nos olhos:

- CRIS eu não posso mais ficar longe de você, então tomei uma decisão. Quer casar comigo? (abrindo a caixinha dada pelo pai de CRIS)

CRIS ficou muda, depois conseguiu pronunciar alguma coisa.

- Sim, mas e meu pai?

- Essas alianças foram dadas por ele. Eram dele e de sua mãe, estava guardando para quando você encontrasse a pessoa certa para casar, no dia que voltou para casa conversamos e ele as me deu.

CRIS tinha os olhos cheios de lágrimas seu pai enfim tinha dada a benção para ela e OLIVER viverem aquele grande amor.

Um colocou a aliança no dedo do outro e beijaram-se apaixonadamente, sob o céu estrelado, iluminados pela luz do luar e por uma estrela cadente cortando o céu abençoando o amor dos dois.

Cristina Shimazaki